Um novo estudo publicado na revista Nature Communications aponta que o estresse crônico pode desencadear a liberação de células imunes da medula óssea do crânio, que viajam até as meninges — as camadas protetoras do cérebro. Essas células, chamadas neutrófilos, foram associadas a sintomas comportamentais relacionados à depressão e ansiedade.
A pesquisa, liderada por Stacey Kigar da Universidade de Cambridge em parceria com o Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, utilizou modelos em camundongos para investigar a relação entre inflamação e transtornos de humor. Os resultados mostraram que o estresse prolongado aumenta a presença de neutrófilos nas meninges, influenciando negativamente o comportamento e o estado emocional.
O estudo reforça evidências de que a resposta imunológica desempenha papel crucial na saúde mental, ampliando a compreensão de como fatores biológicos interagem com experiências de vida. Segundo os autores, a sinalização de interferon tipo I pode ser um alvo terapêutico para o desenvolvimento de novos tratamentos contra transtornos ligados ao estresse.
Embora ainda precise ser confirmado em humanos, o achado abre caminhos para terapias que combinem o cuidado psicológico com abordagens biomédicas, ajudando a reduzir os impactos do estresse crônico sobre o corpo e a mente.








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