No evangelho de Jesus, encontramos uma das parábolas mais impactantes sobre fé e humildade: a do fariseu e do cobrador de impostos (Evangelho de Lucas 18:9-14). Enquanto o primeiro se vangloria de seus jejuns e dízimos, o segundo, distante, bate no peito e se humilha: “Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!”. E é ele, não o religioso orgulhoso, que volta para casa justificado.
Essa história nos convida a repensar dois temas entrelaçados: a justiça própria e o valor da humildade genuína. Vamos trazer aqui não só a parábola, mas reflexões de autores e especialistas que ajudam a aprofundar esse chamado à entrega.
1. A armadilha da autoconfiança
Segundo a introdução da parábola: “ele contou esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos que eram justos e desprezavam os outros.” O estudioso Francisco J. García explica que o contraste principal é entre quem confia em si para justificar-se e quem confia em Deus para justificar-se.
Quando o fariseu reza, ele repete “EU” diversas vezes, listando suas virtudes — e ao invés de se relacionar com Deus, relaciona-se com si mesmo e com os outros.
2. A força da humildade sincera
Por outro lado, o cobrador de impostos reconhece sua falha e se aproxima com contrição. Para ele, não basta cumprir regras: ele precisa de misericórdia. A interpretação de estudos aponta: “A humildade ajuda-nos a ver como realmente somos, prontos para a graça de Deus.”
O tema da humildade foi tratado por diversos autores contemporâneos como virtude central. O estudioso Matthew J. Hall, por exemplo, aponta que “a humildade deve distinguir o estudioso cristão” porque nos liberta dos impulsos de autopromoção.
Outra voz relevante é a de Gavin Ortlund, que em seu livro Humility: The Joy of Self-Forgetfulness argumenta que a humildade genuína é “esquecer-se de si mesmo” para viver com liberdade e serviço.
3. Aplicações práticas para hoje
- Pergunte-se: quando minhas ações têm mais a ver com “mostrar” do que com “ser”?
- Reconheça que todos temos algo a aprender e que a autoconfiança excessiva pode cegar para as nossas próprias limitações.
- Inspire-se no cobrador: postura de abertura, contrição e desejo de transformação — não de autopromoção.
- Cultive ambientes e relacionamentos em que o valor seja menos “o que eu faço” e mais “como eu sou e como me relaciono”.
4. Autores e especialistas que iluminam o tema
- Carl Gustav Jung explorou o conceito da “sombra” e como o orgulho impede o autoconhecimento.
- Jerry Bridges em The Blessing of Humility, mostra como a humildade emerge da verdadeira dependência de Deus.
- Andrew Murray no clássico Humility: The Beauty of Holiness, define a humildade como “a primeira de todas as virtudes”.
- Gavin Ortlund como citado acima, enfatiza que a verdadeira alegria está no esquecimento de si mesmo.
- Dennis R. Edwards em Humility Illuminated, explora a humildade como identidade distintiva do cristão.
Talvez tenhamos entendido errado que ser “bom” ou “justo” basta mas a parábola nos mostra que o coração é o que importa mais do que a etiqueta. O fariseu acumulou credenciais; o cobrador reconheceu sua necessidade. E foi este que encontrou graça. E você? Está avaliando o seu “eu” ou se aproximando com humildade? O caminho da transformação não exige perfeição, exige verdade, abertura e rendição.
Você já viveu um momento em que se percebeu “como o fariseu” ou “como o cobrador”? Compartilhe nos comentários sua experiência pode ser simples, mas será poderosa para quem lê.
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